Frestas de horizontes
Políptico fotográfico composto por 10 fotografias analógicas pós-produzidas digitalmente, impressas sobre papel de algodão com retoques manuais com lápis de cor, nos seguintes tamanhos: 2 fotografias de 10 x 18,82 cm; 2 fotografias de 10 x 58,48 cm; 2 fotografias de 29,5 x 18,82 cm; 2 fotografias de 29,5 x 58,48 cm; 1 fotografia de 30 x 18,82; 1 fotografia de 30 x 58,48 cm.
Cada uma das imagens está finalizada em moldura caixa branca sem paspatur e protegida com vidro sem acabamento antirreflexo. As fotos são montadas justapostas sem espaçamento entre os extremos das molduras individuais, totalizando uma área na parede do espaço expositivo de 80,5 x 121 cm.
A imagem inicial foi resgatada de um rolo de negativos revelados ainda no período da graduação do artista. Trata-se de uma vista das janelas do alpendre da Casa de Dona Yayá no bairro do Bexiga, centro de São Paulo. A Casa ficou famosa por ter sido adaptada como local de reclusão de Sebastiana de Melo Freire, a Dona Yayá, de sua juventude até a sua morte aos 74 anos de idade.
O enquadramento da foto é feito a partir de um dos poucos espaços cujo acesso era permitido dentro do palacete à única residente do então hospício particular. Na edição digital, além do tratamento de cores e ajuste da perspectiva, foram subtraídas as esquadrias de ferro da janela, sendo que cada caixilho gerou um recorte no horizonte e o trabalho final foi assim dividido nas 10 partes que compõem o políptico. Trabalhando além do limite da intersecção entre as tecnologias analógicas e digitais da fotografia, certas texturas e arestas da imagem foram sutilmente reconstruídas manualmente lápis de cor.
A imagem está impregnada de diferentes tempos e memórias.