Uma edificação, cujo projeto inicial nunca foi finalizado, jaz como um imenso esqueleto de concreto natimorto. Intervenções artísticas, objetos diversos e materiais abandonados intensificam a sensação de esquecimento.

Solidão.

Em alguns cantos, pertences pessoais marcam território e denunciam uma moradia irregular, abrigo noturno de alguém que ali se sente seguro. Mais uma tentativa de tomar para si um lugar que não é reclamado por ninguém.

A natureza, por sua vez, tenta retomar de volta o seu lugar. Musgos e plantas insistem em crescer na aridez do concreto. Buracos entre os tijolos, encanamentos também abrigam a fauna local. No subsolo, um imenso espelho d`água ocupa quase toda a extensão das fundações do edifício.

A água que mina do solo e corrói internamente as estruturas do concreto armado multiplica o vazio deste lugar.

Espelhamentos.